Recebi por email este artigo que saiu no Jornal de Notícias de 14 de Dezembro deste ano moribundo com a autoria de Mário Crespo; como é um "grito de revolta" tem com certeza um lugar no blogue dos xabugalenses:
O PALHAÇO
O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico
por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos
e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra
acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por
cento. E acha bem. O palhaço escuta as conversas dos outros e
diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço
quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço
é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim
de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias
nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a
outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo.
Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca
sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés
nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as
atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja
a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo.
Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por
isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde
impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou
quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez
nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço
está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não
concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O
palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal
nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O
palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais
também.O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género
não conta.Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém.
Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género.
Ou que não o tem. O palhaço faz maus orçamentos. E depois
rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá.
Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço
nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes.
Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura
de palhaços pobres. O palhaço rouba.
Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga
que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.
Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não
devia ver. O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar
como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e
centros comerciais em cima de reservas da natureza,
ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer.
Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria.
E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais
saracoteando-se em palhaçadas por comissões
parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências,
conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque
acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal
agredir violar e roubar. E com isto o palhaço tem vindo a crescer
e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço
é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que
conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês
dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço.
Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o
deixarmos cá estar. A escolha é simples.
Ou nós, ou o palhaço.
por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos
e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra
acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por
cento. E acha bem. O palhaço escuta as conversas dos outros e
diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço
quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço
é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim
de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias
nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a
outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo.
Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca
sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés
nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as
atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja
a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo.
Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por
isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde
impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou
quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez
nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço
está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não
concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O
palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal
nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O
palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais
também.O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género
não conta.Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém.
Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género.
Ou que não o tem. O palhaço faz maus orçamentos. E depois
rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá.
Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço
nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes.
Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura
de palhaços pobres. O palhaço rouba.
Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga
que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.
Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não
devia ver. O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar
como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e
centros comerciais em cima de reservas da natureza,
ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer.
Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria.
E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais
saracoteando-se em palhaçadas por comissões
parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências,
conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque
acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal
agredir violar e roubar. E com isto o palhaço tem vindo a crescer
e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço
é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que
conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês
dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço.
Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o
deixarmos cá estar. A escolha é simples.
Ou nós, ou o palhaço.
Mário Crespo
1 comentário:
Qualquer espectáculo só esta em cena enquanto houver PUBLICO, com este circo acontece o mesmo, o PALHAÇO só actua ate os “espectadores” quererem e deixarem de estar acomodados …
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