quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Projecto do PS dá às profissões artísticas taxa geral de descontos para a Segurança Social


Foto: Michel Téo Sin
Ora aí está uma boa noticia, ou talvez não.
Agora que andam todos preocupados em apoiar a ideia de que na Madeira aconteceu uma tragédia apenas Natural, tentando ocultar a evidente falta de "BOM ORDENAMENTO" territorial, chega-nos assim meio escondida a noticia de que finalmente os Artistas poderão ser considerados como trabalhadores, ao desenvolver a sua Arte.
Finalmente posso dizer sou Artista?
Ou terei que continuar a dizer que sou um desclassificado?
Tenho no meu entender o conceito de que o Artista é aquele que apreende (note-se que apreender é diferente de aprender), desenvolve e leva ao limite a técnica do fazer, então, o Artista nunca poderá ser um desclassificado, pois é ele o transportador de um saber fazer que promove o desenvolvimento.
Logo, a criação de uma lei que obriga a considerar os Artistas como seres normais e com plenos direitos numa sociedade, apenas indicia a existência de uma sociedade anormal, onde o valor do SABER FAZER que os Artistas possuem não é tido como uma MAIS VALIA.
Por tanto, bem vinda esta lei que repõe o direito de alguns serem reconhecidos como Artistas e contribui para que possam exercer a sua Arte com direitos iguais aos de qualquer cidadão.

P.S. - Um dia serei Artista. :)

2 comentários:

Interior benfiquista disse...

Cá para mim o artista excede o limite da técnica do fazer, a sua imaginação impede-o de o fazer. O artista não consegue satisfazer-se com o uso daquelas técnicas pré-existentes. A novidade e sobretudo a diferença são condições sempre necessárias à formação da arte. E já agora! Onde termina a arte? Não seremos todos artistas?

Anónimo disse...

Antigamente quando alguem queria saber do que o outro sabia fazer perguntava-se; Qual é a tua Arte?
Ao que o outro respondia, pedreiro, ladrilhador, electricista, pintor, poeta ou o que lhe aprouvesse.
Nesse tempo, a noção de Arte estava relacionada com o bom saber fazer.
Era sinónimo de Arte o que mais tarde com a industrialização se veio a chamar profissão.
Hoje, já há quem exerça cargos e funções por profissão e não pela Arte, pelo que temos profissionais sem Arte e Artistas sem profissão.
Vivemos numa sociedade sem Arte, logo sem cultura, somos um bando de seres aculturados e como tal somos uma sociedade à beira da extinção.